Degustando a Vida

Vinho combina com o verão?

Degustando a Vida - fevereiro de 2011

Caros amigos e leitores imaginem que bem na hora em que você está refestelado na areia, tomando sol, bate aquela sede. O que você faz? Berra atrás do primeiro vendedor de cerveja ou se estica até o isopor para pegar um vinhozinho? Se a segunda opção lhe parece estranha, experimente levar para sua temporada praiana algumas garrafas de espumante. Segundo alguns experts, enólogos e sommeliers, espumantes e rosès são vinhos com a cara do verão. “Eles são mais leves, refrescantes, ácidos e podem ser servidos em temperaturas mais baixas. Combinam com o calor. O que não quer dizer que não haja tintos de verão. É só escolher um menos encorpado”.

O papo de que vinho é bebida de inverno é balela. Seu consumo tem a ver com cultura. “Você sabia que o Nordeste é a região que mais consome destilados, como o uísque, em todo o país? Se compararmos o uísque tem teor alcoólico de 40°, muito superior aos 13° do vinho. Ele parece mais leve por causa do gelo que é erroneamente acrescentado à bebida. É uma questão de cultura. Hoje, no Brasil o consumo médio de vinho é de duas garrafas/ano, enquanto que na Argentina é de 35 garrafas/ano e, na Itália, 54 garrafas/ano.

Aproveitando para derrubar mais um mito: o de que vinho de verdade é vinho tinto. “O melhor que se faz é conhecer e escolher o que você realmente gosta. O consumo de vinho é como uma escada: você sobe um degrau depois do outro e nunca volta ao primeiro”. Muita gente tem a idéia que o vinho rosé é vinho de mulher, doce demais, relação baseada só na cor. Mas já existem ótimos vinhos rosés no mercado, inclusive nacionais. É um vinho da moda”. Sobre os rosés, ele se mistura a propriedades do tinto com a acidez e o frescor do branco. “Antes, misturava-se vinhos tintos e brancos e se adicionava açúcar para deixá-los mais doces, por isso eram tão ruins.” No mais, minha indicação é a experimentação como a melhor maneira de escolher seus eleitos. Deixando, por favor, os preconceitos de lado. Quer acabar com mais um? Então aí vai: tampas de rosca são ótimas, principalmente se o vinho é para consumo rápido.

Aos amantes de um bom vinho que não querem perder o prazer em saboreá-lo deixo meu recado.

Mesmo sob um calor de 35 graus, vou deixar algumas boas dicas para degustar a bebida nesta época:

– Vinhos brancos ou rosés, frescos e leves, espumantes ou frisantes são específicos para o verão, por serem servidos refrescados ou gelados. A temperatura deve estar entre 5 e 10 graus.
 

– Outras variedades de vinho podem ser servidas, desde que adaptadas às atuais condições climáticas, promovendo uma leve diminuição de sua temperatura e consumidas em ambientes de temperatura controlada (com ar-condicionado).

– Em dias de calor, uma opção é aproveitar para beber vinhos leves, com acidez pronunciada, secos e com alto frescor (com pequena quantidade de açúcar residual).

– Os espumantes e os frisantes têm lugar garantido na seleção de vinhos para o verão. Eles são diferentes por causa dos tipos de uva utilizada e da concentração de gás carbônico natural, que nos frisantes, por exemplo, é menor que nos espumantes.

– Nesta época, atenção redobrada aos cuidados de conservação, pois os vinhos devem ser mantidos a uma temperatura  média de 15 graus, sendo resfriados ou gelados somente no momento do consumo.

Um ótimo verão com ótimos vinhos

Um grande abraço,

 Alex Passos
Sommelier e Consultos.
www.alexpassos.com.br


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