Nelson Freitas grava filme, Zorra, peça e ainda anda de patrulhinha

Matérias - dezembro de 2016
Hoje  ele é o detetive Nick Belane, uma espécie de ‘Dick Tracy’, na peça ‘Uísque com Água – Os Últimos Goles de Charles Bukowski, de Sasha Bali. Mas na mesma semana de estreia, voou para Nova York  para representar o programa Zorra Total, no maior prêmio da televisão mundial, o Emmy.  Nessa mesma semana, ele foi um cangaceiro, um coringa, todos para o Zorra, que só volta em Março mas que gravavam até o fim do mês passado numa pedreira em Guaratiba. Nesse intervalo, empresta seu corpo e seu talento gravando  cenas de seu próximo filme – “Ela é o Cara”, de Paulo Cursino e direção de Leandro Néri, quando fará o pai da protagonista no longa.  Na verdade, faz sentido dizer que ele é que é o cara! Canta, interpreta, faz drama e  humor como ninguém, encanta por onde passa e não é à toa que ganhou prêmio de melhor humorista do Brasil em 2009. Só no Zorra Total, são 17 anos em ‘cartaz’ como ele brinca e gosta de falar. Casado com Maria Cristina, Procuradora da República, tem acompanhado com bons olhos essa mudança no cenário político. Conversar com Nelson é como estar com amigos num bar e trocando fluídos de generosidade e alegria. Além de boas tiradas a la Nelson. Fomos assistir à peça dele em Botafogo já que a  agenda cheia e ausência nas peladas do BNDES nos forçaram a sair da nossa área aqui no Recreio, isso quando não pinta na Pulperia Porteña, da Gláucio Gil para comprar umas carnes e conversar com os diretores de TV Diego e Pablo Muller.
Estudou em colégio militar, frequentou pouco a AMAM e se formou na EFOMM, da Marinha Mercante, só para agradar a família mesmo. Porque em 1985 jogou tudo pro alto, foi morar no ‘Minhocão’ e estudar teatro no Planetário. De lá, não parou mais . Fez  por muito tempo o chamado ‘teatrão’  com peças densas  e dramáticas, até fazer voo solo e se encantar pelo humor. Inspirado pelo talento de Chico Anysio que depois teve o prazer de ser dirigido pelo mestre do humor e depois se tornar amigo, Nelson protagonizou recentemente seu primeiro musical como destaque na peça ‘E SE FOSSE VOCÊ…’, com músicas de Rita Lee. Mês passado viveu uma experiência única em sua vida, após ser assaltado em plena na Avenida das Américas voltando da gravação. Passado o susto ainda viveu a adrenalina de partir em direção a moto roubada dentro da viatura policial. Hollywood puro, só que na vida real. Fala aí, amigo Nelson:
1) Você passou por um episódio inusitado, teve a moto roubada e foi atrás dela com os policiais, como foi essa experiência?
R: Olha, muito doido. Eu vinha da gravação e uma moto emparelhou na minha e o cara puxou uma GLOCK. Na hora, eu falei para ele que havia perdido e pedi para não esculachar. Não tava  nervoso. Já fui militar e a gente não se assusta com arma, mas sim, com quem tá atrás dela. Ele mandou eu me virar e sair correndo. Na hora , pensei em fazer zigue-zague, mas achei também que ele poderia atirar e eu ir de encontro a bala. Que coisa doida..Quando ele subiu na moto, pensei, acabou, afinal ele não tem 3 mãos né…Em seguida um Uber chegou e pedi para me tirar dali. Encontrei uma blitz e parei. Falei que tinha rastreador, um ZOOM SAT, que um amigo vende por aqui.. Localizaram e fomos atrás. Só que eu dentro da patrulha tive a ideia de filmar sem saber o que fazer depois. Só como registro. Aí, passei pros amigos do Zorra para mostrar que ali está perigoso. O vídeo perdeu a mão e viralizou. Bateu em 24 horas 3 milhões de visualizações! Mas acho que foi positivo e o trabalho dos policiais foi enaltecido na hora certa.

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2) Você posta tudo mesmo nas suas redes sociais. Vi gravações, manifestações suas…
R: Olha, na verdade é um anjo que surgiu na minha apareceu uma vez na mi- nha vida se dizendo minha fã. Tinha tudo meu. Matérias do Brasil inteiro, coisas que eu nem lembrava. Ela chegou lá com o pai. Era fã desde Chiquititas!  Administra e filtra as coisas que saem a meu respeito. Mas eu gosto de fazer também. (no site do jornal tem dois exemplos)
3)  O Nelson em casa é engraçado também ou como a maioria dos humoristas, introvertido?
R: Sou isso mesmo. Sou festivo e extrovertido. A vida é para ser vivida no seu esplendor.
4) Você fez inúmeros papeis em novelas em diversos canais, em 2001 , começou a fazer Zorra Total, foi sua primeira incursão no humor ‘rasgado’?
R: Fiz muitos musicais com Wolf Maia, Flavio Marinho… Essa minha facilidade para o canto me abriu muitas portas. Em 2000, quando fui parar no Zorra costumo comentar que em 17 anos no programa fui passando as fases do jogo como se estivesse num vídeo game. Participei dos quadros, no festão, até que o Shermann deve ter pensado:”Aí, tem  farinha nesse saco…” (risos). Me lembro uma vez que pedi a um amigo protético e cheguei pro Shermann para ver se ele aprovava o  Carretel que eu fazia com a Lucicreide(Fabiana Karla e ele: “Você acha que eu tenho coragem de desaprovar essa merda!” A mexida no cabelo do marido ‘Leozinho” com a Maria Clara Gueiros foi muito legal fazer também e marcou. (O bordão era TODO CASTIGO PARA CORNO É POUCO”..
nelson5site Fotos da Nick Belande – Detetive na peça “Uísque com água-” em cartaz em Botafogonelson3sitenelson2site
5) O que te deixa de mal humor?
R: CA-RA-LE……(pipipipiiiii parafraseando meu personagem no Zorra).. Larguei de mão. Parei de sofrer a impunidade nesse país. A iniquidade do povo em relação a condição que a gente vive me tira do sério.  As pessoas se acostumam  a ser lenientes, somos selvagens. Não é à toa que quando visito todo ano minha filha na Austrália dá vontade de ficar por lá.  Temos uma cultura do ‘jeitinho’ com o guarda ali quando você é pego sem documentos ou com algo atrasado até até o ‘homem‘ da caneta que despacha ordens nos órgãos públicos mas pede o dele. Que é o que vemos aí. E ainda querem inverter o jogo agora e processar os procuradores e magistrados, que são pessoas sérias e que trabalham arduamente para o povo brasileiro.

6) Vi alguns jogos seus .O Mário Keiling diz que você é tremendo perna-de-pau, concorda?
R: O Márcio é um siri-na-lata, inquieto. Infelizmente ele tem razão , sou sempre o último a ser escolhido. Sempre fui, mas não deixo de ir lá no BNDES e jogar minha peladinha. Acho que gosto mais da cervejinha depois que da pelada em si.(gargalha)
7) Você mora na Barra, mas tem alguma ligação com o Recreio?
R: Gravo muito no Recreio, tenho muitos amigos aí. Frequentei na década de 80 em férias. Não tinha nada aqui, nem namoradinha..Tinha que trazer porque não tinha ninguém aqui(brinca). Falava para ‘elas’ , ‘Vamo lá no Recreio vê(sic) corrida de submarino? Aqui é uma das melhores áreas para se viver no mundo. Houve uma boa expansão pra cá. O Chico Anysio sempre dizia que toda cidade cresce pro oeste.. Os bons restaurantes já estão aqui e farmácia a dar com pau. Quando conheci o bairro não tinha nada, só areal.
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8) Você tá fazendo TV, teatro e cinema? O que mais gosta?
R: Televisão dá um prazer danado, teatro é minha formação e cinema é uma delícia de fazer. Estou exausto nesse momento com os pés pro alto porque tô fazendo os 3 juntos e o joelhinho do véio cansou e me deixou na mão por causa disso. Na peça ‘Se Eu Fosse Você..” eu trocava de roupa 26 vezes! No Zorra, as vezes a gente fica horas se maquiando para 2 segundos de piada, mas é gratificante. O cinema é mais molezinha, se bem que eu tô falando com você ainda caracterizado com o personagem que tô fazendo no “Ela é o Cara”, aliás, preciso até pedir desculpas a você e tenho que almoçar as 4 da tarde porque tenho gravação no Recreio às 5! Aproveitou alguma coisa aí: beijos!
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