Zico fala sobre Chap e jogo das Estrelas

Matérias - dezembro de 2016

O assunto principal era o Jogo das Estrelas, o  protagonista, o maior craque do Flamengo e um dos maiores ídolos do futebol brasileiro, Zico. Mas o assunto que dominou a coletiva de imprensa , ontem , quinta 09/12,  foi o acidente com o time da Chapecoense que sofreu no início do mês e as homenagens que irão ocorrer na festa do ‘Galinho’, dia 28 de dezembro, às 20h 30, no Maracanã.

 

O jogo festivo que já entrou para o calendário de ‘peladas’ , apesar dele não gostar do pseudônimo, tem um clima de forte emoção para o técnico do clube indiano FC Goa, afinal, esse ano Zico perdeu o amigo e capitão do Tri pela seleção, Carlos Alberto Torres e , de seu amigo particular, o jornalista Raul Quadros.

 

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Estamos sob o efeito da tristeza de tudo que aconteceu com o voo da Chapecoense. Perdemos tantos amigos de infância, o Chermont(Fox), o Gui(repórter da TV Globo), que apesar de novo, ficava meio desconcertado para chegar junto, o Duda, o Paixão, enfim,   não vamos deixar passar em branco tudo isso. Muitas homenagens já foram feitas e no nosso jogo não será diferente. – completou Zico.

Com relação a morte de Carlos Alberto Torres, as homenagens ao Capita já estavam programadas.  Alexandre , o filho, ex-zagueiro de Flu e Vasco , inclusive, foi convidado para o jogo, mas ainda não confirmou por estar sob forte emoção e também por não jogar mais futebol.

Organizador do evento, Júnior Coimbra, filho de Zico, disse que parte da renda sempre é revertida para cerca de 30 instituições de caridade e vai tentar destinar uma parte para ajudar as famílias das vítimas da tragédia, mas precisa ser estudado:

Todo ano por incrível que pareça, próximo ao evento acontece uma tragédia de grandes proporções.  Já ajudamos Angra, as vítimas de Mariana e até jogadores que estavam em dificuldade como o caso do Washington, e do goleiro do Flamengo , Zé Carlos. O que pudemos fazer para ajudar vamos fazer. ‘ finaliza.
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Entre outros assuntos abordados na coletiva estava a declaração do técnico campeão da Copa do Brasil , Renato Gaúcho, que sempre marca presença no Jogo das Estrelas. Renato disse após a conquista que futebol é igual a andar de bicicleta , não se esquece e não se estuda. E Zico comentou:

Não estudo mesmo! Vai me ensinar a fazer gol? Eu tenho que saber os esquema 4-3-2-1 o 4-3-3 e o que for. Agora, futebol eu não estudo. Estudei matemática, história, futebol, pulei. Uma vez , pela seleção do Japão, íamos jogar contra a Coréia do Norte. Os caras só tinham uma jogada e de córner. Ficavam antes da cobrança 3 caras trocando de posição até um surgir do meio para o cabeceio. Fui pro campo, mostrei aos ‘japas’ o que era para fazer . Treinei, uma , duas , três. Você acredita que com dois minutos  córner para a Coréia. E não é que fizeram a jogadinha. A bola só não entrou por um milagre. Técnico não entra no jogo , né?. – lembrou Galinho.

Para o jogo do dia 28 de dezembro o filho de Zico também anunciou alguns nomes  que podem ser modificados mediante a aproximação da data, por questões de agenda já que apenas os jogadores sul-americanos é que estão de férias. :

O argentino Sorín(ex-Cruzeiro e seleção Argentina), o alemão Bernd Schuster, o uruguaio Loco Abreu(que se apresenta um dia antes ao Bangu), Renato Augusto (Beijing Guoan e seleção brasileira), Réver (Flamengo), Juan (Flamengo), Diego Souza (Sport), Camilo (Botafogo e ex- Chapecoense), Falcão (Sorocaba – futsal), Aldair, Muralha (Flamengo), Renato Gaúcho (técnico do Grêmio), Júnior, Sheik (Flamengo) e Richarlyson (FC Goa).

Para o jogo, o escudo da Chap estará na camisa dos jogadores . Junior lembrou que pediu a Umbro(mesma fornecedora de material da Chap) para confeccionar um uniforme específico mas pela falta de tempo isso ficou inviável.

 

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Sobre o acidente com os jogadores da Chapecoense, Zico lembrou que o amor que os colombianos sentem pelos brasileiros é antigo e sempre foi um povo solidário. Lembrou que desde 1971 voa para Medelim e que nunca esqueceu dos dois morros que ficam antes da pista de pouso que fica num vale:

O avião chega a pousar de lado , dá muito medo. E isso só até as 4 da tarde, depois o aeroporto fecha. Fui agora recentemente e não reconheci mais a cidade e nem o aeroporto. Acho até que esse era o novo que o avião que levava eles deveria pousar  para abastecer – lembrou .

 

Zico também lembrou que foi sondado para o jogo festivo ocorrer na Arena Condá, mas o filho dele logo intercedeu avisando que um jogo desse porte começa a ser planejado um ano antes e colocado em prática 6 meses antes:

__A logística se tornou complicada. Desde o número de profissionais até hospedagem. Chegamos a bater um recorde para jogos comemorativos , com público de 72 mil pessoas no Maracanã – lembrou o filho de Zico.

 

O JOGO DA S ESTRELAS surgiu  há cerca de 15 anos numa partida de futebol de salão. Cresceu, foi para no CFZ com 800 pessoas, e logo no segundo ano Maradona ligou pedindo para participar, deu 2 mil pessoas e uma arquibancada extra se fez necessária. No ano seguinte foi a vez do ex- jogador da seleção holandesa ,  Milan e Botafogo, Seedorf aparecer. Tiveram que mudar os horizontes. Foram para o Morumbi e retornaram ao Maracanã, casa do Zico, o maior artilheiro do estádio antigo.

 

Para participar desse jogo, Zico brincou com o fato do joelho não ajudar muito:

_Eu dei umas caminhadas lá na Índia para perder peso e tomo um remédio para esquecer da dor._ frisou .

No final da entrevista , um momento de pura descontração. Perguntado por um repórter sobre o fato do maior ídolo rubro-negro ter vestido a camisa do rival o fez voltar no passado.

__Olha meu pai tinha raiva do Vasco porque ele tinha os motivos dele. Eu, não. Meu pai , que era português, queria jogar no Vasco e foi convidado. Mas ele trabalhava numa padaria que era de um português que não dava a mínima para o futebol e não deixou ele treinar. Ele não foi , mas acabou incentivando os filhos a serem jogadores. Em minha despedida no Maracanã, ganhei uma placa do Vasco que guardo até hoje com muito carinho. Daí, na despedida do Roberto (Dinamite), fiz questão de ir e vestir a camisa do maior adversário, não meu inimigo, o Vasco’,  lembrou Zico.

 

Aí o Junior interrompeu :

_Falei pro meu pai que se o Ademir da Guia joga com 72 anos você tem pelo menos mais uns 10 aí para jogar – para sorriso de todos  na sala de imprensa.

Veja detalhes da entrevista:

 

 

 

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