Degustando a Vida

A origem do brinde

Degustando a Vida - Matérias - janeiro de 2018

O ato de brindar é tão famoso e universal quanto um ‘Feliz Natal’ ou ‘Feliz Aniversário’, todos os povos no planeta praticam. Mas como surgiu? Não digo o Tim Tim, o estalar das taças não, digo o brinde.  A ação teria se originado na antiguidade durante os acordos de paz entre impérios beligerantes. O mediador do acordo deveria se levantar, proclamar a conclusão do mesmo e tomar o primeiro gole de bebida (normalmente vinho) para mostrar que esta não estava envenenada, demonstrando assim, a boa vontade entre as partes. Além disso e mais relevante é que o toque de copos nasceu em uma época em que utilizavam-se recipientes de metal ou vidro fosco, que não deixava que se visse a quantidade de vinho que tinha sido servida. “Para que não houvesse enganos, durante as saúdes os copos deviam tocar-se para os dois oficiantes da saúde saberem que o copo que tocavam estava tão cheio como o seu. Tratava-se de uma oferenda e ao mesmo tempo de um gesto de delicadeza, para que ninguém ficasse mal servido”. Também se elevava, como ainda hoje, o copo à altura do coração, ou da cabeça, para imprimir mais intensidade ao bonito gesto do brinde.O ato de brindar é tão famoso e universal quanto um ‘Feliz Natal’ ou ‘Feliz Aniversário’, todos os povos no planeta praticam. Mas como surgiu? Não digo o Tim Tim, o estalar das taças não, digo o brinde.  A ação teria se originado na antiguidade durante os acordos de paz entre impérios beligerantes. O mediador do acordo deveria se levantar, proclamar a conclusão do mesmo e tomar o primeiro gole de bebida (normalmente vinho) para mostrar que esta não estava envenenada, demonstrando assim, a boa vontade entre as partes. Além disso e mais relevante é que o toque de copos nasceu em uma época em que utilizavam-se recipientes de metal ou vidro fosco, que não deixava que se visse a quantidade de vinho que tinha sido servida. “Para que não houvesse enganos, durante as saúdes os copos deviam tocar-se para os dois oficiantes da saúde saberem que o copo que tocavam estava tão cheio como o seu. Tratava-se de uma oferenda e ao mesmo tempo de um gesto de delicadeza, para que ninguém ficasse mal servido”. Também se elevava, como ainda hoje, o copo à altura do coração, ou da cabeça, para imprimir mais intensidade ao bonito gesto do brinde. Uma outra corrente de pensamento diz que Dionísio, o deus grego do vinho e da fertilidade, teria iniciado a prática de fazer som percutindo as taças umas nas outras para tornar completa a experiência sensorial de degustar-se um vinho. Esta, até então, só evocava quatro dos cinco sentidos: visão, olfato, tato (na boca) e paladar. A audição estava ausente. Mais poético não? A palavra “brinde” na língua portuguesa data de 1651, no livro “História Universal dos Impérios, Monarchias, Reyno & Províncias do mundo” do padre Manoel dos Anjos. Sua origem etimológica seria alemã, vindo da expressão “ich bring dir’s”, algo como “bebo por ti”. Algumas fontes atribuem, ainda, a origem desta palavra à cidade de Brindisi, no sul da Itália.mológica seria alemã, vindo da expressão “ich bring dir’s”, algo como “bebo por ti”. Algumas fontes atribuem, ainda, a origem desta palavra à cidade de Brindisi, no sul da Itália.Mesmo assim,  o ato de brindar só se popularizou no século XVI quando começou a virar moda na Inglaterra. Em inglês, a tradução de brinde é “toast” (torrada) e deriva do costume de colocar pão torrado num cálice para dar-lhe sabor de vinho. Quando bebia-se a saúde de alguém, era preciso esgotar o cálice para então chegar a torrada embebida. Os franceses dizem “santé” ou “salut”; os espanhóis erguem suas taças dizendo “salud”, enquanto os italianos gesticulam ao som de “salute”. O universal “tin-tin”, ou “chin-chin”, não é apenas uma onomatopéia para os chineses. Lá “chin” significa “felicidade”, e “chin-chin”, “muita felicidade”. Não confunda: em japonês o brinde é outro, diz-se “kampai”, que quer dizer “copo vazio”. Os alemães dizem “prosit” se a ocasião for informal, e “zum wohl” se for a sério. Para os holandeses, um “proost” fará o serviço. Os russos dizem, sem enrolar a língua, “na zdorov”, ou “felicidade”, semelhantes aos poloneses e búlgaros que gastam menos letras para dizer “na zdrve”. Entre os árabes que bebem diz-se baixinho “fi sihitaek”, os que bebem.. Lá, o álcool é restrito.  Para os que me conhecem  e sabem que gosto de uma motoca, principalmente as Harleys, sabem que vou me identificar com os nórdicos da Suécia, Dinamarca e Noruega. Ao levantar suas taças, dizem “skäl”, que significa singelamente “caveira”. A origem vem do costume Viking de beber cerveja nos crânios de seus inimigos, esvaziados e limpos como se fossem canecas, legal não? As águas separam os povos do mundo e o vinho os une, vale refletir.E termino aqui desejando um ótimo ano a todos e muitas brindes para celebrar conquistas e  momentos felizes. Millôr Fernandes uma vez disse: ‘Uma coisa favorável aos bêbados: nunca ninguém viu cem mil bêbados de um país querendo estraçalhar cem mil bêbados de outro país…” Fato. 


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